domingo, 11 de setembro de 2011

MPF/MS pede abertura de inquérito para apurar ataque contra indígenas Guarani-Kaiowá



Município de Iguatemi, sul de Mato Grosso do Sul, 23 de agosto de 2011, por volta das oito da noite. Indígenas guarani-kaiowás, acampados às margens de uma estrada vicinal são atacados por homens armados. O relato é de um dos líderes do grupo: “Estavámos rezando, de repente chegaram dois caminhões cheios de homens, chegaram atirando, ordenaram parar queimar barracas e roupas e amarrar todos índios. Saímos correndo, em direção diferente. A 300 metros do local vimos as barracas queimando e muito choro. Faroletes e lanternas estão focando pra lá e cá, as crianças e idosos não conseguiram correr. Os meus olhos enlagrimando (sic) escrevi este fato. Quase não temos mais chance de sobreviver neste Brasil”.
O ataque deixou feridos – principalmente crianças e idosos, que não conseguiram correr – e destruição. O acampamento, em área pública de uma estrada vicinal, foi totalmente queimado, assim como os pertences dos índios e o estoque de comida. O Ministério Público Federal (MPF) em Dourados pediu abertura de inquérito na Polícia Federal em Naviraí para investigar o crime. Foram encontrados dezenas de cartuchos de munição calibre 12 anti-tumulto (balas “de borracha”) e há indício de formação de milícia armada. O MPF trata o caso como genocídio, já que foi cometida violência motivada por questões étnicas contra uma coletividade indígena.
O ataque é mais um capítulo da crônica de violência étnica em Mato Grosso do Sul, estado com a segunda maior população indígena do país. Setenta mil índios de diversas etnias aguardam a demarcação das terras tradicionalmente ocupadas por eles, em cumprimento a um termo de ajustamento de conduta (TAC) assinado pelo MPF e a Fundação Nacional do Índio (Funai) em 2007 e até hoje não cumprido.
A área reivindicada pelo grupo guarani-kaiowá é conhecida como Puelito Kue e já foi estudada pelos antropólogos da Funai. O relatório, cuja publicação é uma das fases da demarcação de terras indígenas, está em fase final de redação. Mesmo depois da violência do ataque, os indígenas retornaram ao mesmo acampamento, pois não têm para onde ir.
Houve dois outros eventos violentos envolvendo a comunidade. Em 14 de setembro de 2003, um grupo tentou retornar à área. Dois dias depois homens armados invadiram o acampamento e expulsaram os indígenas com violência. Em 8 de dezembro de 2009, nova violência contra o grupo. Segundo depoimento prestado ao MPF, os índios foram amarrados, espancados e colocados num caminhão, sendo deixados em local distante do acampamento. O indígena Arcelino Oliveira Teixeira desapareceu sem deixar pistas. O corpo nunca foi encontrado.
Clique aqui para saber mais sobre o assunto e ver outras fotos.
Fonte: Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul
Nota do EcoDebate: O Mato Grosso do Sul continua o principal palco de continuados crimes e agressões contra índios do povo Guarani-Kaiowá.
Os episódios de violência anti-indígenas são frequentes e, mesmo assim, pouquíssimo divulgados pela grande mídia e praticamente desconhecidos da maioria da população.
O histórico do MS fala por si mesmo e precisamos nos esforçar na denúncia da manutenção da herança genocida, bem como cobrar que as apurações destes continuados crimes também identifiquem os mandantes, os contratantes dos pistoleiros de aluguel.
No EcoDebate, em razão de nosso compromisso com os movimentos sociais e populares, mantemos pauta permanente sobre os conflitos no campo e as questões indígenas, quilombolas e de reforma agrária. Ao nosso modo e na medida de nossas possibilidades tentamos ‘cobrir’ a lacuna de informações deixada pela grande mídia.
Relacionamos, abaixo, algumas matérias que demonstram o quanto os conflitos no Mato Grosso do Sul deixaram de ser ‘meros conflitos isolados’ para assumir um caráter de intolerância étnica.
Guarani-Kaiowá. Truculência e omissão. Entrevista especial com Iara Tatiana Bonin
Guarani Kaiowá ocupam terra tradicional à espera de demarcação em Mato Grosso do Sul
Os crimes de ódio contra indígenas no MS não param, por Henrique Cortez
Kaiowá Guarani: um genocídio silencioso?
Dossiê EcoDebate: Demarcação de terras indígenas no Mato Grosso do Sul
Situação do povo Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul
Cimi denuncia incêndio de moradias de Guarani Kaiowá em Mato Grosso do Sul
Retomada da esperança com os estudos antropológicos para identificação de terras indígenas no MS. Entrevista com Egon Heck
EcoDebate, 09/09/2011

VIOLÊNCIA E BARBÁRIE NOS CAMPOS DE MONTE SANTO/BA

As regras são claramente postas: todo aquele que ousar se insurgir contra a injustiça do latifúndio e da grilagem de terras na região pagará com a vida.



“Tendes vivido regaladamente sobre a terra; tendes vivido nos prazeres; tendes engordado o vosso coração, em dia de matança; tendes condenado e matado o justo, sem que ele faça resistência” Tiago 5,6


Por racismoambiental, 11/09/2011 06:39

O município do Monte Santo/BA vive tempos de violência e barbárie! Uma quadrilha de fazendeiros tem agido de forma organizada e paramilitar, subvertendo a ordem pública e democrática, disseminando o medo e o pânico entre a população rural.
O campo montesantense é historicamente marcado pelo coronelismo, pela grilagem de terras e pela impunidade. Para manter seus impérios e desmandos, estes “coronéis” ainda hoje, organizados em quadrilha, matam, ameaçam, perseguem, esbulham e corrompem sem qualquer punição.
Pelas ruas da cidade, fala-se na existência de uma “lista da morte”. Populares citam os nomes dos listados e anunciam as próximas vítimas. As regras são claramente postas: todo aquele que ousar se insurgir contra a injustiça do latifúndio e da grilagem de terras na região pagará com a vida.
Nos últimos 03 (três) anos, 05 (cinco) trabalhadores rurais foram brutalmente assassinados pelo mesmo motivo: a ousadia corajosa de lutar pela reforma agrária! Tiago, Luiz e Josimar, em 15/10/2008, por defenderem suas terras na comunidade do Mandú; Antônio do Plínio, em 06/01/2011, por defender o fundo de pasto da Serra do Bode. E na noite do dia 06/09/2011, foi a vez do companheiro Leonardo de Jesus Leite, que há 11 (onze) anos lutava pela conquista da terra nas Fazendas Angico e Jibóia.
A morte do companheiro Léo, mais do que uma vingança privada, foi um recado! As circunstâncias do crime revelam a clara intenção dos coronéis de se impor pelo poder das armas: Léo foi arrancado de dentro de casa e assassinado com um tiro na cabeça no pátio, na presença de sua esposa, em via pública, em meio ao povoado, às claras, às 21h.
Não foi à toa que o crime ocorreu à véspera da festa da independência. Os “coronéis” precisavam deixar claro quem manda na região e a sua certeza da impunidade. Não respeitam e não temem nada, nem ninguém! Expuseram o vexame de uma pátria sem governo.
Todos sabiam da sua morte antes mesmo dela acontecer! O nome de Léo estava na “lista da morte”. A quadrilha anunciou o derramamento de sangue. Léo foi ameaçado por diversas vezes e chegou a procurar a Delegacia de Polícia Civil para registrar a ocorrência e pedir proteção no mesmo dia em que sua vida foi ceifada, mas nenhuma providência foi adotada.
Esta barbárie tem estreita ligação com a omissão condescendente do Estado. Há muito que se denuncia que a alta concentração fundiária e a pobreza no campo são a origem da violência. No entanto, os poderes públicos nada fazem!
Palco de conflitos agrários, a malha fundiária montesantese é composta por de cerca de 80% de terras públicas devolutas pertencentes ao estado da Bahia. No entanto, a maior parte destas terras está concentrada ilegalmente nas mãos de um pequeno grupo de “coronéis”, que se vale do próprio Poder Judiciário para legitimar a grilagem histórica e conta também com o vasto aparato policial para a defesa de seus impérios.
Do outro lado, as comunidades tradicionais de fundo de pasto, posseiros e uma grande massa populacional de sem-terras subsistem num estado de miséria, que se revela pelos seguintes índices: IDH de 0,29 a 0,35; esperança de vida ao nascer entre 52 a 56 anos; coeficiente de mortalidade infantil entre 71 a 90 por mil nascidos; 81 a 90% da população com renda insuficiente e 41% de taxa de analfabetismo.
O INCRA, por sua vez, de 2008 até aqui, não implantou nenhum projeto de assentamento de reforma agrária no município, assim como não vistoriou nenhuma das grandes propriedades improdutivas locais.
Também a Coordenação de Desenvolvimento Agrário da Bahia (CDA), neste mesmo período, não regularizou nenhuma área de fundo de pasto, e concluiu apenas dois procedimentos discriminatórios de terras devolutas, sendo que em um deles o domínio do grileiro foi reconhecido e formalizado em desfavor dos trabalhadores.
O Poder Judiciário, noutra senda, não registra nenhuma condenação aos autores dos crimes cometidos contra os/as trabalhadores/as rurais na comarca, mas a despeito disto busca incessantemente criminalizar os movimentos sociais de luta por terra, água e direitos. Até hoje, espera-se que se faça justiça aos homicídios de Romildo (assasinado em 2004), Tiago, Luiz, Josimar e Antônio do Plínio.
Neste palco, os poderes públicos são também protagonista da violência. A omissão em cumprir com o seu dever constitucional de promover a reforma agrária e a regularização fundiária assegura o poderio destes “coronéis”, da mesma sorte que a negligência do Judiciário, do Ministério Público e das Polícias Civil e Militar garantem a impunidade.
O clamor dos pobres subiu e chegou aos ouvidos de Deus clamando tão forte, pedindo justiça dos direitos seus para que punam-se os culpados, desbaratem a maldita quadrilha de fazendeiros da morte, previna-se a violência e reparem-se as perdas dos companheiros com a imediata desapropriação da Fazenda Jibóia e a instauração do Processo Discriminatório de Terras Públicas em todo o município.
Comissão Pastoral da Terra – Bahia
Comissão Pastoral da Terra – Diocese de Bonfim
AATR – Associação dos Advogados de Trabalhadores Rurais da Bahia
Comissão Pastoral da Terra – Diocese de Juazeiro
Comissão Pastoral da Terra – Diocese de Ruy Barbosa
CETA – Movimento Estadual de Acampados e Assentados da Bahia
Blog Combate ao Racismo Ambiental
Leia também:
Nota de apoio ao CETA e à luta pela terra em Monte Santo/BA
BA – CPT informa sobre o enterro de Leo e o clima em Monte Santo e Mandassaia
“A balas tentam calar a voz dos excluídos da terra e da vida”
Assassinado mais um trabalhador, liderança do CETA em Monte Santo, Bahia

sábado, 27 de agosto de 2011

CARTA PARA QUIENES NO VIVEN EN CHILE Y QUIEREN SABER POR QUÉ MARCHAMOS Y NUESTRA RABIA ES UN CARNAVAL

por Pablo Salvador Paredes, terça, 16 de agosto de 2011 às 02:15
Santiago, 16 de Agosto del 2011
Amigas y amigos de los otros países:

Marchamos ahora, pero el país nos dolía hace rato. A veces uno tiene la tentación de culpar a la geografía, de juntar terremotos y volcanes con el neoliberalismo que nos tiene llorando de pena y lacrimógenas. Pero esto no es como la Grecia en donde los Dioses y los hombres complotaban y se mezclaban; esto es más bien como la Grecia actual, esa hecha pedazos por las políticas del Fondo Monetario Internacional y gobiernos dispuestos a venderlo todo.

Explicaré cómo veo las cosas, amigas y amigos del mundo, me gusta hablarles así, como si todos estuvieran tan cerca. La vuelta de La Derecha al Gobierno -digo Gobierno y no Poder, pues de él nunca se fueron- mezcló heridas viejas con heridas nuevas y evidenció que todo era una misma enfermedad: Los muchachitos y muchachitas se toman la Alameda porque el Neoliberalismo trajo fantásticas cifras macroeconómicas, pero no trajo ni justicia ni felicidad. El Modelo Chileno, que tantos quisieron santificar, rebautizándolo como Jaguar Latinoamericano, se mostró justamente como eso: un bonito bautismo, pero de un niño viejo y horroroso.

Les aclaro sí, pues desde lejos todas las cosas parecen accidentes, que lo que pasa ahora por acá no es un exabrupto del mundo social: Llevamos 3 meses respirando lacrimógenas y esperanza. 20 años se esperó, sin obtener más que maquillajes institucionales, que los autoproclamados progresistas que nos gobernaron transformaran el país. Más de 30 años se esperó que fueran reestablecidos los derechos y la Democracia sin letra chica. Vivimos en una paciencia muy parecida a la estupidez, una de las tonteras más tristes que he conocido y que, de todos modos, nos fue cargando o, por lo menos, nos hizo botar ese ácido que sueltan las baterías abandonadas.

Este movimiento acusa algo que salpica en la cara al ver nuestras ciudades: La distribución de la riqueza es de una concentración escalofriante, el 10% más rico de la población se lleva más del 40% de los ingresos, mientras que el 10% más pobre recibe un monto que alcanza el 1%. El sueldo mínimo es menor que la mensualidad que demandan las eufemísticamente llamadas universidades públicas chilenas. El ejemplar país de la región, es en realidad un país falsificado.

A nivel de educación secundaria, los colegios privados tienen talleres de astronomía y ballet, mientras que en los municipales los encierran con una tele y dicen que están en el taller de “cultura juvenil”. Cuando los escolares marchan con un lienzo que dice “NO AL APARTHEID EDUCACIONAL” no hay ninguna metáfora ahí, ninguna.

Por eso nuestra demanda no es sólo gratuidad sino también calidad. Y el Gobierno, tramposo como es, dice “ok, los hemos escuchado, cambiaremos la Constitución y ahora se garantizará la Calidad” pero no dicen cómo, entonces nosotros tememos que el Gobierno aproveche eso para, en vez de promover un Estado responsable de la Educación, financiar a privados que lucren aún más con la enseñanza. Ay el lucro! ese es otro punto, demandamos su final. Es más, simplemente dijimos, que se respete la actual ley que lo prohíbe y el gobierno tramposo dijo “vamos a transparentar el lucro”, es decir, hacer una nueva ley que lo permita y de pasada dejar en la impunidad a quienes la violaron, entre ellos, el hasta hace poco Ministro de Educación, Joaquín Lavín, uno de lo “inversionistas” importantes de la Universidad del Desarrollo.

Queridos y queridas del mundo, frente a todo esto, pedimos Plebiscito para así dar curso a esta demanda de educación pública, gratuita y de calidad. Pedimos, porque este Movimiento quiere profundizar la Democracia como garantía de igualdad, porque el Movimiento entiende que mientras sigamos regidos por una Constitución fraudulenta emanada desde los cerebros más brillantes y atroces de la Dictadura, el sueño chileno no será más que un folleto engañoso del F.M.I. Porque en este país alguien está ganando mucho con el cobre y no somos nosotros.

Marchamos ahora, pero el país nos dolía hace rato. Marchamos disfrazados, con música, besándonos, sacándonos la ropa, porque hemos tenido que aprender a ser creativos en la subversión para que la prensa chilena no nos criminalice. Marchamos así porque el habernos pegado esta sacudida después de 20 años nos ha devuelto dignidad y, aunque estamos metidos en medio de la rabia, es imposible no soltar la sonrisa y la cadera.

Eso por el momento. Les dejo mil besos como los de nuestras marchas y si andan cerquita de alguna embajada de Chile, no se olviden de solidarizar y tirarle encima nuestra rabia sonriente.

Pablo Paredes M
Poeta y Dramaturgo
Foto de Héctor González de Cunco

CRÍTICAS AO ATUAL CENÁRIO CULTURAL BAIANO

"Todo canditato a prefeito de Salvador deveria passar por um teste de históra do BRASIL" - João Carlos Teixeira Gomes.

Cegueira de retrovisor

Postado por Lucas Jerzy Portela em 8/19/11 • Na categoria Flanar,Ler,O Retorno da Canção,Viver
Ele quer um Pelô só para os brancos?
Impressionante o texto deslocado no tempo e no espaço que Zulú Araújo cometeu esta semana no Terra Magazine – fruto, só posso crer, de grave problema oftálmico e de total mau-caratismo intelectual.
Ia dizer inabilidade lógica mas, ao contrário, o texto é ardiloso, cheio de recursos sofismáticos: pinça argumentos que eram candentemente verdadeiros há tempos atrás, e lança de modo que o leitor incauto os crê válidos ainda hoje. Por exemplo, se refere a um “recente” texto de Antônio Riserio – o texto é na verdade de 2008, e refletia a realidade do fim do carlo-axezismo entre 2005 e 2007. Nada tem de atual, ao contrário do que Zulú faz crer.
Outra falácia: elenca, entre os críticos da Reforma Cultural Bahiana, Paulo Miguez. Ora, muito ao contrário: Miguez foi dos que ajudou a colocar em marcha a Reforma e a desconstruir a oposição (falsa, repito) entre Axé-System e o Anti-Axé; vem dele as políticas Carnaval Pipoca e Carnaval Ouro Negro, do Governo do Estado, únicas até agora a enfrentar a plutocracia especulativa axezeira de que tanto Zulú Araújo se queixa. Dizer que a insistência de Paulo Miguez por um Museu do Carnaval é um reconhecimento de derrota é não ter entendido nada – se ele insiste nisso é como um próximo passo, um passo a mais, na desconstrução do Axé-System (que já vai tão longe que mesmo blocos de carnaval de corda e abadá estão expontânea e autonomamente voltando a sair sem corda e sem abadá – outro fato que Zulú Araújo finge que não enxerga, ou não enxerga mesmo).
E diz que Caetano Veloso fez duras críticas a gestão de Marcio Meirelles. Primeiro, Caetano fez uma crítica só – nécia e parva, como aqui já foi demonstrado. Segundo, Caetano já havia feito críticas similares a gestão de Gilberto Gil no Ministério da Cultura – da qual Zulú Araújo participou. É a crítica de quem confunde “cultura” com “cultura erudita” – bem no caminho que segue (segue?) o perdidaço Ministério de Ana de Holanda (aquela que não sabe o que é o IPHAN).

Terça, 16 de agosto de 2011, 09h35

Bahia, Carnaval e cinzas!

Antônio Reis/Especial para Terra

"A maior festa cultural do Brasil é o carnaval baiano", opina Zulu Araújo
Zulu AraújoDe Salvador (BA)
Do ano passado para cá, várias personalidades baianas têm se manifestado sobre a anemia cultural no Estado. Ora de maneira irônica, ora de maneira ríspida, mas todos preocupados com os rumos do desenvolvimento cultural baiano. Ainda na gestão do Secretário de Cultura Márcio Meirelles, seu amigo Caetano Veloso fez duras críticas à condução da política cultural baiana. No início deste ano, Edson Barbosa, um publicitário baiano, reconhecido nacionalmente (comanda a publicidade do Governo Pernambucano), escreveu um belo artigo queixando-se de tudo e de todos no tocante à cultura baiana e conclamando a tudo e todos a se mobilizarem em defesa da cultura baiana. O Professor Doutor Paulo Miguez, um intelectual dos mais respeitados na Bahia e no Brasil, coordenador da Pós Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Bahia e estudioso do tema, também aderiu ao clima e fustigou as autoridades da área, reclamando e propondo a criação do Museu do Carnaval. E mais recentemente o escritor Antônio Rizério publicou um artigo que está dando o que falar, pois critica duramente o descompasso cultural da Bahia em relação a Pernambuco, intitulado "Apagão Cultural da Bahia", no qual ele elenca uma penca de fatos para demonstrar o quão atrasado está nosso Estado culturalmente.
Nos blogs, nos bares e nos mares desta Bahia insana, o cardápio mais conhecido no momento é o desapontamento. A insatisfação é quase geral, com exceção do circuito do Axé, claro. Até porque o que os move não é a cultura e sim o entretenimento aliado ao dinheiro fácil. Reclama-se de tudo; da mesmice do carnaval, da falta de recursos financeiros, do jabá exorbitante das emissoras de rádio, da inexistência de uma política cultural na cidade do Salvador, da falta de equipamentos culturais de qualidade, de uma política editorial etc, etc, etc. É bom que se diga, que a maioria desses críticos, (conhecidos ou anônimos) votaram no governo atual, votaram na Presidente Dilma e não têm a menor saudade do "carlismo". Pelo contrário, são membros convictos da esquerda baiana. Digo isto porque virou moda em determinados setores da Boa Terra acusar de "viúvas do carlismo" aqueles que tecem qualquer crítica, por menor ou pueril que seja a condução cultural na Bahia.
A situação é tão critica, que em Brasília, terra onde os baianos sempre foram muito bem recebidos, vi, na televisão, a veiculação de uma chamada para um festival de música local inusitada: "Aqui cabe tudo, menos Axé". Xenofobia? Pode ser! Mas, o fato concreto é que vários estados brasileiros têm adotado o mesmo comportamento, a exemplo de Pernambuco, que proibiu pura e simplesmente a presença deste segmento musical baiano no seu carnaval. É claro que não podemos buscar culpados para esta situação, pois em verdade ela é uma combinação de múltiplos fatores, que vai da lenta formulação de uma nova política pública de cultura para o Estado à voracidade inescrupulosa do setor de entretenimento, que enriquece vertiginosamente às custas do empobrecimento cultural baiano.
A maior festa cultural do Brasil, que é o carnaval baiano, é um exemplo neste sentido. De festa plural, diversa, contagiante e com plena participação do povão, está dominada por um único segmento empresarial (Blocos de Trios e Camarotes) com a complacência ou conivência dos órgãos governamentais, notadamente a Prefeitura da Cidade do Salvador. Isto não é ruim apenas para a Bahia, mas sim para o Brasil, pois mata-se no nascedouro uma das expressões mais ricas da diversidade cultural brasileira. Outro exemplo marcante é o estado deplorável em que se encontra o Pelourinho. Dá a impressão de que esqueceram que o Centro Histórico Baiano é Patrimônio Cultural da Humanidade, e não propriedade do carlismo.
Mas, esta grita geral não deixa de ser uma esperança, assim como a enorme capacidade de diálogo que o novo Secretário de Cultura do Estado possui. Embora, para ter sucesso nesta empreitada de recolocar a cultura baiana nos trilhos da vanguarda brasileira, o Secretário Albino Rubim necessite de muito mais do que a boa vontade dos artistas, de boas propostas ou de criatividade. Precisará, sim, unir e mobilizar os setores culturais baianos para que a cultura na Bahia tenha o tratamento que merece: mais recursos humanos, materiais e financeiros. A Proposta de Emenda Constitucional que tramita no Congresso Nacional para disponibilizar 2% do Orçamento Público para a Cultura deveria ter guarida na Bahia e o Governo baiano dar o exemplo para o resto do país. Afinal, a cultura na Bahia, além de gerar enorme riqueza para os cofres do Estado, é responsável pela marca de singularidade da nossa terra no cenário nacional.
Axé!

Toca a zabumba que a terra é nossa!
Zulu Araújo é arquiteto, produtor cultural e militante do movimento negro brasileiro. Foi Diretor e Presidente da Fundação Cultural Palmares (2003/2011).
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5298721-EI17691,00-Bahia+Carnaval+e+cinzas.html

INDÍGENAS SÃO ATACADOS POR PISTOLEIROS EM MS

Entidades denunciam ataque de pistoleiros a índios acampados em Iguatemi (MS)

Plantão
| Publicada em 24/08/2011 às 20h51m
Paulo Yafusso, especial para O Globo (opais@oglobo.com.br)
CAMPO GRANDE (MS).

Entidades ligadas à questão indígena denunciam que jagunços armados expulsaram um grupo de guarani-kaiova que estava desde a semana passada acampado próximo à Fazenda Santa Rita, e durante a ação pelo menos três índigenas foram feridos a tiros. Há quinze dias o grupo havia sido expulso da propriedade, que pertence à família do prefeito de Iguatemi, cidade a 464 quilômetros de Campo Grande (MS), na fronteira com o Paraguai, e passaram a viver em um acampamento montado à beira da estrada.
De acordo com informações do administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Ponta Porã, Sílvio Raimundo da Silva, um antropólogo do Ministério Público Federal (MPF) que esteve no acampamento relatou que encontrou cartuchos de borracha, munição deflagrada e os barracos todos queimados. Os índios feridos estariam no acampamento, agora montado à margem do rio Iguatemi. O confronto foi na noite de terça-feira, segundo os indígenas. A Funai enviou para o acampamento comida e cobertores.
Na semana passada, em encontro realizado em Campo Grande que reuniu pesquisadores e estudantes indígenas de vários estados, a situação dos índios em Iguatemi foi denunciado em manifesto assinado por 80 participantes do evento. A ação dos jagunços na noite de terça-feira foi relatado a várias lideranças. Alex Macuxi, da aldeia Raposa Serra do Sol (PA), afirma que as informações que recebeu de Tonico Guarani Kaoiwa, lhe cortou o coração. Segundo o relato do índio kaiowa, por volta das 19h30 de anteontem lideranças do acampamento de Iguatemi ligaram dizendo que acabaram e ser atacados por pistoleiros armados.
Segundo Tonico, o indigena Dorival fez o seguinte relato pelo telefone:
"Estávamos rezando, de repente chegaram dois caminhões cheios de homens, chegaram atirando, ordenaram para queimar barracas e roupas e amarrar os índios". Mais adiante, Dorival disse que "ocorreu choro de crianças e mulheres e muitos tiros, saímos correndo em direção diferentes, nós, sete pessoas, estamos aqui, 300 metros do local, vendo as barracas queimando, muito choro ouvimos daqui".
Segundo Célio Gonçalves, filho de Lide Lopes, um dos líderes do acampamento indígena, há notícia de três índios feridos a tiros, mas nenhum foi levado para o hospital. A família de Lopes ficou na aldeia Sassoro, em Tacuru, enquanto Lide retornou ao acampamento e até ontem à noite não havia dado notícia. Um delegado e três agentes da Polícia Federal foram ao local do confronto ontem a tarde, para iniciar as investigações do caso.
- Foi uma afronta. Destruíram todos os barracos dos índios mais uma vez e nada foi feito até agora - afirmou Egon Heck, coordenador estadual do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
O prefeito de Iguatemi, José Roberto Felippe Arcoverde, não foi encontrado para falar sobre o assunto. Familiares dele disseram que a fazenda Santa Rita é administrada por um parente do prefeito que mora no Paraná, mas eles negam que a propriedade tenha sido ocupada pelos índios e que tenham ligação com os acontecimentos recentes envolvendo os indígenas.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/08/24/entidades-denunciam-ataque-de-pistoleiros-indios-acampados-em-iguatemi-ms-925200593.asp#ixzz1W8zrTuJc
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From: israelraimundorama@gmail.com
Date: Wed, 24 Aug 2011 10:21:03 -0300
Subject: [ccsam] URGENTE - INDIGENAS SENDO ATACADO POR PISTOLEIROS EM MS - Fwd: Favor Divulgar: Por volta da 20:00 h os grupos indigenas do Pyelito kue foram atacados por pistoleiros
To: ccsam@grupos.com.br



Desde a semana passada os grupos indigenas no MS estao sitiados por pistoleiros, ja foi solicitado para a policia federal ir para lá, dar segurança aos indigenas, mas até o momento nada... estao esperando que mais indigenas morram...

eles precisam neste momento de alimento e agasalho e de proteção para manterem-se vivos.

encaminhando


Caros Amigos, está sendo muito díficil para os Povos Gurani e Kaiowa em Mato Grosso do Sul. Todos os dias estãos endo atacados com armas de fogo, ameaças e e Estado Brasileiro não faz nada. a A Funai muito menos.
Encaminho um e-mail que recebi, que me cortou o coração. Sei e entendo o que eles passam, ao pensar nisso chego a lagrimar, ao pensar nas dores desses parentes.
Alex Makuxi - Raposa Serra do Sol

Prezados,

Ligaram pra mim do Pyelito kue, exatamente as 8:00, faz 30 minutos, os pistoleiros atacaram os grupos guarani e kaiowa que estava acampado na margem da estrada publica, o Dorival contou: "estavamos rezando, de repentes chegaram dois caminhoes cheios de homens, chegaram atirandos, ordenaram parar queimar barracas e roupas e amarrar todos indios". Diante disso, "ocorreu choro das criancas e mulheres, e muitos tiros, saimos correndo, em direcão diferentes, no 7 pessoas estamos aqui 300 metros do local, vendo as barracas queimando, muiitos choro ouvimos daqui". faroletes e lanternas estão focando pra la e ca", As criancas e idosos nao conseguiram correr".
A noticia de ataque ja repassei ao MPF/FUNAI imeditamente, faz 30 minutos que aconteceu esse fato.
Mais um fato aconteceu, infelizmente
Aguardamos as providencias cabiveis.
A dor e choro senti como estivesse ai.
Os meus olhos enlagrimando escrevi este fato. Quase nao temos mais chance de sobreviver neste Brasil.
Tonico guarani kaiowa
Subject: AMEACA-a india da fazenda Retimar avisa q a noite seria atacado Pyelito kue
Date: Tue, 23 Aug 2011 20:59:32 +0000

Prezados (as)

Ligaram pra mim, contando que desde ontem e hoje de manha um nao indio MEDIANEIRA conhecido como coordenador dos pistoleiros da regiao, ele e pequeno comerciante em Iguatemi, ele chegou a casa do Lide em Sassoro, rodando a casa do LIDE, ficando mais em Sassoro e anunciou que vai expulsar o LIDE com seu grupo hoje ou amanha.
Agora poucos a esposa do Lide e filho ligaram pra mim novamente, contando que um casal indigena que trabalha na fazenda Retimar ficou sabendo do plano de possivel ataque ao grupo indigena, por isso ligou para esposa do LIDE para avisar que hoje a noite seria atacado o grupo do Pyelito kue, ela= REINA o nome dela da fazenda que ligou para esposa do LIDE. O n. da Reina 67)9686-2767. e da esposa do LIDE n.9680-1776, entre em contato com ele(a) para mais informacao..
Att,

Tonico

Eva Maria Luiz Ferreira
Programa Kaiowá/Guarani - NEPPI
Universidade Católica Dom Bosco - UCDB
Telefone: (67) 3312-3590 ou (67) 3312-3591 fax 3312 3608
Site:
www.ucdb.br
Twitter: @UCDBoficial
Facebook: UCDBoficial

domingo, 7 de agosto de 2011

Ameaça à Internet no Brasil‏

Caros amigos de todo o Brasil,


Na semana que vem, o Congresso poderá votar um projeto de lei que representa um golpe contra a liberdade da internet dos brasileiros. A pressão da opinião pública barrou o projeto de lei em 2009 e nós podemos fazer isso de novo. Vamos usar a web para derrotar esse projeto de lei! Envie agora mesmo uma mensagem aos parlamentares sobre o assunto:

”Envie
Na semana que vem, o Congresso poderá votar um projeto de lei que restringiria radicalmente a liberdade da internet no Brasil, criminalizando atividades on-line cotidianas tais como compartilhar músicas e restringir práticas essenciais para blogs. Temos apenas seis dias para barrar a votação.A pressão da opinião pública derrotou um ataque contra a liberdade da internet em 2009 e nós podemos fazer isso de novo! O projeto de lei tramita neste momento em três comissões da Câmara dos Deputados e esses políticos estão observando atentamente a reação da opinião pública nos dias que antecedem à grande votação. Agora é nossa chance de lançar um protesto nacional e forçá-los a proteger as liberdades da internet.O Brasil tem mais de 75 milhões de internautas e se nos unirmos nossas vozes poderão ser ensurdecedoras. Envie uma mensagem agora mesmo às lideranças das comissões de Constituição e Justiça, Ciência e Tecnologia e Segurança Pública e depois divulgue a campanha entre seus amigos e familiares em todo o Brasil:http://www.avaaz.org/po/save_brazils_internet/?vlO projeto de lei do deputado Azeredo sobre a internet supostamente teria o objetivo de nos proteger contra fraudadores e hackers. Porém, como alguém que faz uma cirurgia com uma motosserra, as normas excessivamente cautelosas impostas pelo projeto de lei trariam altíssimos custos sem de fato cumprir seu objetivo. Em vez de capturar os verdadeiros criminosos, elas penalizariam todos nós. Por esse motivo, até mesmo o importante site anti-pedofilia, o SaferNet é contra o PL Azeredo.Se esse projeto de lei for aprovado, nossa privacidade e liberdade de expressão, criação e acesso on-line ficarão gravemente limitadas. Pior que isso, os provedores de internet que mantêm informações detalhadas sobre nosso histórico de navegação na internet passarão a ser “policiais virtuais” monitorando os usuários a todo momento.O projeto de lei tem circulado em Brasília por mais de uma década, e a pressão da opinião pública já o derrotou antes. Em 2009, uma consulta pública sobre o “Marco Civil da Internet” barrou o andamento do projeto. Mas alguns meses atrás, o deputado Azeredo tentou apressar a aprovação no Congresso, usando os ataques de crackers aos sites do governo como desculpa. Um novo Congresso e uma maior conscientização sobre as amplas implicações do projeto de lei significam que nossas vozes poderão fazer a diferença. Envie agora mesmo uma mensagem às lideranças na Câmara:http://www.avaaz.org/po/save_brazils_internet/?vlInfelizmente, o PL Azeredo não é a única lei desse tipo. Em todo o mundo, na Índia, Turquia, Estados Unidos e outros países, a liberdade da internet está sob ataque promovido por iniciativas similares. Mas os membros da Avaaz nesses países estão se mobilizando. Vamos fazer a nossa parte neste movimento popular global em defesa da web barrando o PL Azeredo.Com esperança,Emma, David, Ricken, Maria Paz, Giulia, Rewan e a equipe da AvaazFONTES:Petição do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, instituição parceira da Avaaz: http://www.idec.org.br/campanhas/facadiferenca.aspx?idc=24Liberdade de internautas no Brasil pode estar com os dias contados (Portal Imprensa):http://portalimprensa.uol.com.br/noticias/brasil/43707/liberdade+de+internautas+no+brasil+pode+estar+com+os+dias+contados/ Entenda o que é o marco civil da internet (UOL): http://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2010/06/09/entenda-o-que-e-o-marco-civil-da-internet.jhtm'AI-5 digital' volta a circular no Congresso (Rede Brasil Atual):http://www.redebrasilatual.com.br/temas/tecnologia/2011/06/ai-5-digital-volta-a-circular-pelo-congresso

Nova manifestação contra a Usina de Belo Monte leva milhares de estudantes as ruas do PA

Os estudantes de comunicação participavam de Encontro na UFPA e aproveitaram para expor sua opinião sobre a construção no Rio Xingu.

"Não, não, não. Belo Monte não! O Xingu é nosso e não abrimos mão", esse era o refrão gritado pelos manifestantes que se reuniram nesta quinta-feira (28) na avenida Nazaré, capital do Pará. A manifestação era mais um ato contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu e contou com da juventude da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS).

De rostos pintados, com cartazes, coreografias e gritos de guerras, milhares de estudantes que participavam do Encontro Nacional da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS), na Universidade Federal do Pará (UFPA), a Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), pelo Comitê Metropolitano Xingu Vivo Para Sempre, em saíram as ruas do Pará em um movimento pacífico e em tom de brincadeira. O objetivo da ENECOS era mostrar o ponto de vista da classe que é contrária a instalação da obra que não beneficiará a população amazônica, mas apenas os grandes empresários.

No meio do caminho, os estudantes pararam na porta da TV Liberal, afiliada da Rede Globo no Pará, e protestaram contra a emissora. “A mídia burguesa engana você - não fique parado assistindo TV” e “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, rimavam aos gritos na porta da TV.

O Primeira Edição teve acesso a algumas fotos do ato, confira como foi a manifestação Contra a Usina de Belo Monte.

Por colaboração

Estudantes aproveitaram manifestação ...

Cortesia/Camila Guimarães

"Não, não, não. Belo Monte não! O Xin...

Cortesia/Camila Guimarães

Com rostos pintados, cartazes e 'grit...

Reprodução/Twitter

Para estudantes, usina só irá benefic...

Veja o vídeo da Manifestação desta quinta-feira (28)

Em um trecho do Blog do Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação – Enecom 2011, os estudantes explicam os motivos de serem contra a Usina de Belo monte. Confira na íntegra

Porque centenas de organizações, movimentos sociais, professores, pesquisadores, o Ministério Publico Federal e diversas outras entidades questionam a Usina de Belo Monte?

→Belo Monte vai entregar R$30 bilhões para empreiteiras e amigos do Governo. A maior parte deste dinheiro vai ser retirada da saúde, educação, segurança, habitação, saneamento, etc;

→Belo Monte vai expulsar mais de 50 mil pessoas de suas casas e de suas terras. Até hoje não foi informado para onde elas irão.

→Belo Monte vai secar um trecho de 100 km da Volta Grande do Rio Xingu, acabando com toda a biodiversidade local.

→Belo Monte não vai gerar energia para a população da Amazônia, nem diminuir o valor da conta de quem já tem luz em casa. 80% de sua energia será para as indústrias do centro-sul do Brasil, e 20% para empresas como VALE e ALCOA.

→Belo Monte vai atingir a aldeia indígena Paquiçamba, Arara da Volta Grande, Juruna do Quilômetro 17 e Trincheira Bacajá. Direta ou indiretamente mais de 15 mil indígenas sofrerão as conseqüências das barragens construídas no rio Xingu.

→Belo Monte vai gerar, em média, somente 39% de sua capacidade máxima de produção de energia. Os técnicos informam que é necessário produzir no mínimo 55% para uma usina ser viável economicamente.

→Belo Monte vai ser construída com recursos públicos. O BNDES vai financiar 80% da obra, cobrando juros de 4% a.a, com prazo de 30 anos para pagamento.

→Belo Monte vai impactar 11 municípios, totalizando uma população de mais de 360 mil pessoas, porém somente foram realizadas audiências públicas em 03 desses municípios.

→Belo Monte vai atrair mais de 100 mil pessoas para a região. Mas os dados do governo mostram que menos da metade conseguirá emprego, aumentando o desemprego e o caos social.

*Com colaboração de Fran Ribeiro e ENECOS