Pablo Paredes M
Poeta y Dramaturgo
Os estudantes de comunicação participavam de Encontro na UFPA e aproveitaram para expor sua opinião sobre a construção no Rio Xingu.
"Não, não, não. Belo Monte não! O Xingu é nosso e não abrimos mão", esse era o refrão gritado pelos manifestantes que se reuniram nesta quinta-feira (28) na avenida Nazaré, capital do Pará. A manifestação era mais um ato contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu e contou com da juventude da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS).
De rostos pintados, com cartazes, coreografias e gritos de guerras, milhares de estudantes que participavam do Encontro Nacional da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS), na Universidade Federal do Pará (UFPA), a Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), pelo Comitê Metropolitano Xingu Vivo Para Sempre, em saíram as ruas do Pará em um movimento pacífico e em tom de brincadeira. O objetivo da ENECOS era mostrar o ponto de vista da classe que é contrária a instalação da obra que não beneficiará a população amazônica, mas apenas os grandes empresários.
No meio do caminho, os estudantes pararam na porta da TV Liberal, afiliada da Rede Globo no Pará, e protestaram contra a emissora. “A mídia burguesa engana você - não fique parado assistindo TV” e “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, rimavam aos gritos na porta da TV.
O Primeira Edição teve acesso a algumas fotos do ato, confira como foi a manifestação Contra a Usina de Belo Monte.
Veja o vídeo da Manifestação desta quinta-feira (28)
Em um trecho do Blog do Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação – Enecom 2011, os estudantes explicam os motivos de serem contra a Usina de Belo monte. Confira na íntegra
Porque centenas de organizações, movimentos sociais, professores, pesquisadores, o Ministério Publico Federal e diversas outras entidades questionam a Usina de Belo Monte?
→Belo Monte vai entregar R$30 bilhões para empreiteiras e amigos do Governo. A maior parte deste dinheiro vai ser retirada da saúde, educação, segurança, habitação, saneamento, etc;
→Belo Monte vai expulsar mais de 50 mil pessoas de suas casas e de suas terras. Até hoje não foi informado para onde elas irão.
→Belo Monte vai secar um trecho de 100 km da Volta Grande do Rio Xingu, acabando com toda a biodiversidade local.
→Belo Monte não vai gerar energia para a população da Amazônia, nem diminuir o valor da conta de quem já tem luz em casa. 80% de sua energia será para as indústrias do centro-sul do Brasil, e 20% para empresas como VALE e ALCOA.
→Belo Monte vai atingir a aldeia indígena Paquiçamba, Arara da Volta Grande, Juruna do Quilômetro 17 e Trincheira Bacajá. Direta ou indiretamente mais de 15 mil indígenas sofrerão as conseqüências das barragens construídas no rio Xingu.
→Belo Monte vai gerar, em média, somente 39% de sua capacidade máxima de produção de energia. Os técnicos informam que é necessário produzir no mínimo 55% para uma usina ser viável economicamente.
→Belo Monte vai ser construída com recursos públicos. O BNDES vai financiar 80% da obra, cobrando juros de 4% a.a, com prazo de 30 anos para pagamento.
→Belo Monte vai impactar 11 municípios, totalizando uma população de mais de 360 mil pessoas, porém somente foram realizadas audiências públicas em 03 desses municípios.
→Belo Monte vai atrair mais de 100 mil pessoas para a região. Mas os dados do governo mostram que menos da metade conseguirá emprego, aumentando o desemprego e o caos social.
*Com colaboração de Fran Ribeiro e ENECOS
Ex-recruta da Marinha, Levi foi morto por policiais
O titular da SSP, Maurício Barbosa, garante que a polícia tem ordem de investigar as circunstâncias das mortes em AR com o mesmo rigor que apura qualquer outro crime contra a vida. Ele afirma ainda que a ordem geral é que os policiais evitem ao máximo o uso da força, mas, diz ele, às vezes não é possível. “O ideal seria não termos nenhuma morte em ações policiais. Mas eu também não posso desacreditar da palavra dos meus policiais cada vez que alguém morrer em confronto. O que temos que fazer é investigar e, se for constatado o excesso, punir”, explica.Barreiras. Mas nem sempre isso acontece. A promotora Kárita Conceição de Lima, integrante do Grupo de Atuação Especial para o Controle Externo da Atividade Policial (Gacep) do Ministério Público estadual (MP), conta que, muitas vezes, só recebe o registro do AR com a versão da polícia e o laudo da perícia no local do crime. “Nós é que vamos atrás de mais informações, de testemunhas, para decidir entre a denúncia dos policiais ou o arquivamento do caso”, explica. A depender do laudo, o trabalho fica mais fácil. Vestígios de pólvora, locais de lesão e trajetória das balas são informações que ajudam os promotores a identificar se houve de fato um tiroteio ou uma execução. A diretora adjunta da organização não governamental de direitos humanos Justiça Global, Sandra Carvalho, explica, porém, que normalmente vários fatores dificultam as investigações de AR. “Em primeiro lugar, tem a ocultação da cena do crime, a retirada de projéteis, há muitas vezes intimidação de testemunhas e muitos casos de falso socorro - quando a vítima é levada para o hospital por mais que esteja morto”.Segundo Kárita Conceição, devido à demanda do Gacep, não seria possível contabilizar quantos casos de morte por AR viraram denúncias contra os policiais por homicídio.Para o deputado Yulo, outro problema do AR é que a prática tem o respaldo de boa parte da sociedade. “Tem gente que pensa: ‘É um bandido a menos’. É uma lógica completamente distorcida. Qualquer pessoa deve ter os direitos respeitados”, avalia.